Jet é uma banda australiana que se despediu da cena musical este ano. Uma pena, porque os meninos faziam um pop rock cheio de energia, sem frescuras e multiplatinado.
A alma da banda -- e os caras tinham alma -- eram os irmãos Nic (vocal/guitarra) e Chris Cester (vocal/bateria), que cresceram ouvindo os discos clássicos de rock do pai.
A banda se completa com Mark Wilson (baixo) e Cameron Muncey (guitarra). As influências ficam muito claras no primeiro disco, "Get Born", de 2003.
Vida curta, porque eles gravaram só mais dois, o último em 2009, mas tem vários bootlegs de fãs por aí e dá pra sentir que eles vão deixar saudades.
"Are you gonna be my girl"? Não tem como não sair dançando.
E, é claro, quem tiver ouvidos minimamente treinados vai reconhecer esse riff por outro muito semelhante. Eis o que Iggy Pop disse, porque deu uma polêmica básica, lógico.
Leiam. Basicamente, disse Iggy: "Catso, como vocês são malas. Nunca ouviram Supremes? Ou vocês acham que 'Lust for Life' não tem influência de nada"?
E encerrou o assunto. Iggy, aliás, entrou no estúdio com o Jet para fazerem juntos um cover do cover, pelos 50 anos do hit "Wild one", de Johnny O'Keefe. Not bad. :)
http://www.youtube.com/watch?v=RprMjqDngNg
No lado "b" de baladas, com certeza você já ouviu "Look what you've done", mas talvez não tenha ligado o nome à banda. Ou, então, como tocou muito, pode ser que você nem tenha se dado ao trabalho de querer saber mais.
Se assim foi, então dê-se ao trabalho de ouvir o Jet agora, quase dez anos depois, porque pode valer a pena.
Eu tenho aproveitado finais de semana de alforria -- nunca se sabe quando termina tanta "folga" -- pra dar uma olhada em sites de música. Revistas digitais, como a gente diria, do mainstream e do alternativo, em busca de novidades.
E novidade é o que não falta. Mas é (quase) tudo igual. Em muitíssimos lançamentos recentes, todo mundo cantando com a mesma voz, falando sobre as mesmas coisas, tentando inovar e não chegando a lugar nenhum. Estou falando de bandas novas.
Uma vez vi uma entrevista do Marcelo Nova em que ele dizia o seguinte quando novatos pediam dicas a ele: "Vai ler um livro, meu filho"! Claro, o Marcelo tava falando pros brasileiros que não sabem escrever e querem fazer letras épicas. (E se você meter uma vírgula depois da palavra "brasileiros", muda todo o sentido do que ele disse... rs)
Foi a sensação que eu tive com essas bandas novas que andei cavucando. Não sobre as letras, mas sobre a música. Sensação de que falta um backbone. Todo mundo muito novo e afoito pra ser genial. Mas qual é o backbone? Os sofrimentos dos primeiros 20 anos de vida? Oh, dear.
Aí a pessoa sai no freestyle criativo sem nenhum backbone na música e o resultado são letras ótimas e músicas, nem tanto. E se o Morrissey tivesse 17 anos hoje, haveria um Smiths? A música não tem espinha dorsal. Bom de ler, ruim de ouvir.
Vasculhei listas. "Melhores álbuns de 2011", "discos de 2012 que você não pode deixar de ouvir", "os discos mais promissores de 2012"... Quando eu clicava no play para fazer um preview de tudo que eu não conhecia ou conhecia só de ouvir falar, decepção.
E aí eu lia de novo a crítica, pra me certificar de que eu realmente ouvi o disco certo, porque, afinal, estava ali, em uma lista de uma publicação respeitada, e era só aquilo mesmo o que eu tinha acabado de ouvir? Era.
Saí de mãos abanando. Sabe o que é sair com nada depois de ouvir mais de 50 previews? É realmente muita banda nova. Mas onde estarão todos eles em 2022?
E aí que me dá um alívio ter um disco como esse do Jet -- um dos 100 melhores discos australianos dos últimos 50 anos. Não tinham a pretensão de ser "the next big thing". É muito puro e cristalino o que eles faziam como banda. Mas faziam bem.
E assim eu encerro a minha colaboração no Som Mutante em 2012. E não é que o ano tá quase acabando mesmo? Nos vemos... :)
Obs: Tadinha e ela acredita que vou deixá-la em paz, então tá então....
Enjoy!!!!!!!!!
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13 de nov. de 2012
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