6 de mar. de 2013

A morte de um herói lendário chamado "Alvin Lee"

Dizia preferir o intimismo dos pequenos clubes, como o Star Club, em Hamburgo, onde os seus Jaybirds aterraram pouco após os Beatles o terem abandonado a caminho de uma revolução musical e social, mas foi em 1969, no palco imenso do imenso Woodstock, quando os Jaybirds já tinham mudado o nome para Ten Years After, que Alvin criou a sua lenda.

I’m going home eram dez minutos que transformavam o rock’n’roll de Chuck Berry ou Carl Perkins numa alucinação explosiva: a guitarra de Lee em aceleração constante, sabemos lá quantas notas por segundo, e, com ela, o nascimento de um guitar hero para a geração dos anos 1960. Alvin Lee, imortalizado em Woodstock, morreu quarta-feira, na sequência de complicações inesperadas resultantes de uma operação de rotina, anunciou a família no site oficial do músico.

Saídos da British Blues Explosion de meados da década de 1960, os Ten Years After eram uma banda que concentrava a sua criatividade no virtuosismo do vocalista e guitarrista Alvin Lee, seguindo um caminho diverso do purismo blues da primeira encarnação dos Fleetwood Mac ou da vertigem psicadélica que marcou a curta carreira dos Cream de Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton.

O homónimo primeiro álbum, editado em 1967, estava ainda próximo das raízes blues que Lee nunca abandonaria verdadeiramente. Nos seguintes, Stonedhenge e Ssssh!, começam a transformar-se em banda arquétipo do seu tempo: canções como longas jams, planares psicadélicos, velhos blues, como Good morning little schoolgirl, transformados em épicos para a guitarra de Lee brilhar, sempre acompanhada de perto pela frenética marcação do baixista Leo Lyons.

Os concertos tornaram-nos uma das bandas mais requisitadas do período.

Percorreram vezes sem conta os Estados Unidos, onde eram presença diária na rádio underground, e I’m going home, na sua versão ao vivo em Woodstock, incluída no filme respectivo, assegurou-lhes uma popularidade que a crítica, que muitas vezes os desvalorizava como virtuosismo estéril despido de criatividade, nunca acompanhou.

O maior êxito da banda, I’d like to change to world, extraído de A Space In Time e editado em 1971, significaria também o início do corte de Alvin Lee com a banda que criara mas que sentia cada vez mais como uma limitação.

Filho de Nottingham, onde nasceu a 19 de Dezembro de 1944, Alvin Lee lançaria o seu primeiro álbum a solo, On The Way To Freedom, em 1973.

Nele, rodeou-se de uma verdadeira constelação de estrelas que incluía Steve Winwood, George Harrison, Ronnie Wood ou Mick Fleetwood.

Fiel ao rock’n’roll dos primórdios e à música de raiz americana, encontrámo-lo nos anos seguintes em álbuns de Jerry Lee Lewis ou colaborando com Bo Diddley.

Nunca se afastou desse trilho.

Em 2004, gravou In Tennessee com Scotty Moore e DJ Fontana, os míticos guitarrista e baterista de Elvis Presley.

Still On The Road To Freedom, o seu último álbum, foi editado em Setembro do ano passado.

RIP!!!!!!!!!!!!!!!!!!

4 comentários:

  1. Hasta siempre mi querido Alvin, te extrañaré. Topamos allá mi broder, descansa en paz y gracias por tu música maravillosa.

    ResponderExcluir
  2. Uma perda bastante sentida, mas o seu legado é valiosíssimo. Os céus estão fazendo uma grande "jam" de blues e rock este fim-de-semana.

    ResponderExcluir
  3. Se nos fue otro grande...
    :(
    Saludos!

    ResponderExcluir
  4. Anônimo11:26 AM

    Grande músico, Deus o tenha e ilumine a sua viagem para a eternidade. Ao nível de um Jimi Hendrix, de um Pete Townshend, Robin Trower, Edward Van Halen, Tony Iommi, Mark Farner, John McLaughlin e outros grandes mestres da guitarra.
    Foi um choque para mim saber da sua morte, eu que ouço todos os dias no computador do meu trabalho, as músicas dele e dos TYA. Últimamente não me canso de escutar o último álbum dele, o Still On The Road To Freedom (então aquele Save My Stuff...). Que sejas feliz no Além, Alvin grande irmão.
    Kim Matola

    ResponderExcluir