6 de dez. de 2008
No "Terreno Baldio" você pode gritar!!!!!!!!!!!!!!!!
O Terreno Baldio é uma banda cultuada até hoje, mas acredito pouco conhecida de muitos da nova geração. O Brasil já produziu bandas fantásticas e esta é uma delas; seguindo aqui uma pequena homenagem a todos que participaram e fizeram a história do rock progressivo brasileiro, que existiu sim e foi muito bom.
Costumo contar minhas próprias histórias relacionadas aos álbuns que posto, mas neste caso achei que este texto diz tudo e mais um pouco do tanto que eles merecem.
"Já se passaram 32 anos desde o lançamento do álbum de estréia do Terreno Baldio, formado em 1974.
O lendário grupo paulista era integrado por:
João Kurk, voz e percussão, Roberto Lazzarini, tecladista, Joaquim Corrêa na bateria, João
Ascenção, ex-baixista do Fush, que deixou a banda dando lugar ao Rodolfo Ayres, também baixista. Completando a formação, Mozart Mello como segundo vocal e guitarras.
Para os ouvintes familiares ao rock progressivo, o impacto do primeiro disco se dá pela excelência vocal de João Kurk, rara de se ouvir entre os progressistas brasileiros. Kurk utiliza uma entonação característica: valendo-se de agudos surpreendentes, associados a uma estrutura musical muitas vezes densa, nunca antes experimentada no Brasil, fez do álbum um grande sucesso ao vivo.
Receberam o mérito de crítica em pesquisas realizadas pela Folha de São Paulo como os melhores do ano de 76, após terem se apresentado no famoso festival Banana Progressiva.
Faziam uma música conceitual, enfatizando a liberdade e a natureza. Na faixa título do álbum pode-se ouvir com total angústia e deleite o seguinte trecho:
“A solidão a todos vem; Pode ser, você se sinta esmagar; É mais difícil que morrer; Você vê que o terreno lá está; Guardando o que sobrou de paz; No terreno baldio você pode gritar”. Uma analogia à ditadura, à sociedade ultra-individualizada e à cidade de São Paulo, que já se mostrava sufocante e poluída na época.
A saída de João Ascenção se deu por motivos pessoais. O músico veio a participar em seguida do retorno dos Secos e Molhados em 78. Rodolfo Braga do Joelho de Porco o substituiu brilhantemente. Talvez a sonoridade soasse sofisticada ou política demais para as emissoras de rádio, que começavam a apostar em uma nova onda de música eletrônica.
O mercado estava se fechando para o grupo, que chegou a gravar um álbum envolvendo o folclore nacional, chamado “Além das lendas brasileiras”, registrando ainda em 77 uma versão em inglês do primeiro vinil.
A banda encerrou suas atividades em meados de 94.
Hoje Lazzarini trabalha como produtor, tendo gravado o disco Hips of Tradition de Tom Zé e arranjado músicas para nomes como Sá & Guarabira, Moreira da Silva e Tim Maia.
Mozart Mello (tocou com João Bosco, Marco Pereira, Zimbo Trio, Kiko Loureiro, Trio D'Alma com André Geraissati e Ulisses Rocha, etc) é um dos mais consagrados auto-didatas brasileiros e sem dúvida um dos maiores guitarristas de nossa história.
Rodolfo Ayres tocou com Joelho de Porco, The Jet Black's,Tony Dodd & Southbound e com Rex-Rox to name a few.
Joquim Corrêa dividiu estúdios e palcos com nomes consagrados tais como: Made in Brazil, Ronnie Von e Pete Dunaway.
João Kurk participou do Egydio Conde (ex-Moto Perpétuo e Som Nosso). Atualmente ele atua em projetos como "Rockover" e "DuoByrd" em Sampa.
Estes homens sem dúvida, fazem parte da "nata" do progressivo brasileiro. Estão entre os melhores do mundo, não há dúvidas sobre isto. Basta ouvir qualquer uma de suas melodias."
Maiores informações:
Portal do Rock Progressivo:
http://www.rockprogressivo.com.br/canais/bio/terreno.htm
Enciclopédia Colaborativa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Terreno_baldio
Selo/Gravadora:
http://www.rocksymphony.com
Site do Rodolfo:
http://www.myspace.com/captaguirre
Site do Mozart:
http://www.mozartmello.com/
Site do Kurk:
http://www.kurk.com.br/
Texto retirado do: http://www.overmundo.com.br/
Obs: Como eu ando meio preguiçoso e de saco cheio de minha internet eu fiz esta postagem à 4 mãos, porque o de 76 eu tinha e o de 77 eu gentilmente retirei da Luciana Aun do seu blog http://www.progrockvintage.blogspot.com/; apesar que ela só tomará conhecimento ao ler esta observação dessa parceria.
Quem sempre me chamou a atenção para esta e outras bandas foi nosso querido Sr.doVale e também o mano Edson do Berlotas....à eles tb esta postagem.
Enjoy!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Aqui: "Terreno Baldio - 76"
Aqui: "Terreno Baldio - 77"
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Querido Dead,
ResponderExcluirVoce mais do que ninguém sabe que é sempre um prazer compartilhar meu humilde acervo com voce.
Fique a vontade meu querido amigo.
É sempre muito gratificante poder colaborar com uma postagem belíssimamente elaborada,escrita e principalmente feita com muito carinho.
Um grande beijo,
Luciana
Dead, o rock progressivo não é específico de um país, não há regionalismo no RP, em toda parte do mundo tem músicos que se aventuraram por acordes que nos levam a viagens.
ResponderExcluirA cultura regional de certa forma enriquece mais ainda o que já é bom, elementos da cultura popular ou erudita, agregados a complexidade e virtuosismos desses ‘malucos’ psicodélicos, tornam essas músicas atemporais.
Sementes em um terreno fértil, onde os gritos ecoam, ecoam, ecoam.
Abraços.