15 de dez. de 2010

Steps/Smokin' in the Pit (1980)

No mundo dos blogs acontece um fato interessante e basta um pouco de observação que se percebe este sutil movimento.

Apesar de muitos dizerem que postam por isso ou por aquilo e que querem dividir seu acervo pessoal e tal, na realidade se percebe uma vanglória pessoal e uma disputa acirrada em número e variedade de posts de cada um, tanto que muitos blogueiros tem vários blogs devido aos inúmeros temas por eles apresentados.
Mas não estou aqui criticando ninguém nem nada, só dando meu ponto de vista sobre o assunto.

Eu sempre tive o som como cia e isso desde a infância qdo ouvia num rádio a válvula as estações e seus programas e claro seus "reclames" que eram fantásticos para uma criança desvendar.

Com o tempo, me tornando jovem, ingressei no mundo da música e apaixonado já pelos sons, amei mais ainda tudo aquilo que via pela frente, desde a musica nacional até as mais longínquas interpretações do Marrocos ou do Nepal.

Muita coisa eu descartava porque cada um tem seu gosto próprio, mas sempre comprava com amigos discos novos em parceria e depois gravávamos em fitas k-7 e fazíamos nossos arquivos e nunca vi ninguém fechar a TDK, a Sony ou a Basf por venderem material que levaria ao "crime" de copiar um disco.

E olha que foram décadas que as fitas e os gravadores reinaram absolutos juntos ao vinyl em todas as lojas de bairro ou de grife em shoppings; lembro que na Galeria do Rock eu ia sempre encomendar de um cara mau humorado, mas com um acervo fantástico cópias de lps e pagava 05 ou 10 contos eu acho por cada uma e nunca tive nenhum problema ou ele por causa disso.

Bem, misturei alhos com bugalhos pra dizer que hj vejo no mundo dos blogs uma ardente busca pela fama, para ser o melhor ou a melhor e ter o que há de melhor, em detrimento do verdadeiro motivo que seria compartilhar e dividir.Era tão gostoso qdo um amigo chegava em casa e já botava na vitrola um som e dizia:"Prepara o gravador"- aquilo era mágico e lá vinha um Floyd, um ELP, um Led, um Mutantes, sei lá um universo musical ao alcance de todos do bairro, da turma.
Mas hoje, vc posta um álbum e alguém posta a discografia completa daquele álbum, isso é bacana, mas qual a história deles? Porque se juntaram? Por onde andam?

Estas respostas afinal vc que é entendido deve saber e não precisa delas e aí percebo que o valor de um blog está no número de visitas e na quantidade de postagens; mesmo que a qualidade da maioria seja duvidosa e a origem também.

Estou usando este trabalho para exemplificar tudo isso.

Quando vi uma solicitação de uma banda na net fui atrás de sua história e aí descobri variáveis imensas e decidi ir atrás de uma que me deixou curioso; a da carreira do baterista Steve Gadd e fiquei impressionado na infinidade de participações das quais ele esteve envolvido e com isso descobri várias bandas e reencontrei vários músicos que só ouvia ou via em seus próprios trabalhos e aí os horizontes vão se ampliando e vamos aprendendo cada dia um pouco mais.

Não vou postar a discografia do Gadd, porque seria impossível e não tenho saco pra tanto, mas buscar as relações onde ele interagiu e tentar trazer trabalhos não só dele mas de outros que se uniram aqui e ali e surgiu uma terceira via.

Este pra mim é um dos melhores trabalhos de um dos Breckers Brothers (Michael), os quais pouco conhecia e de uma linha ainda em inicio do chamado Jazz/fusion/prog (aliás como dão nomes pra música não?).

Mas como exemplo aqui fiquei surpreso e satisfeito ao ouvir Kazumi Watanabe nas guitarras, mais uma deliciosa descoberta que vou procurar seguir o "fio da meada".

Enquanto puder e me deixarem, estarei por aqui tentando trazer com qualidade material que valha uma história, prq gosto de contá-las e compartilhar momentos que sei muitos também viveram e claro trazer o som de que estamos falando.

Sem competição, sem querer ser melhor que ninguém e sem pressa, afinal isso aqui é pra mim um lazer e como se fosse minha discoteca, onde digo pra vc: "prepara o gravador!!!!".Featuring:

Michael Brecker: Tenor Saxophone
Mike Mainieri: Vibraphone
Don Grolnick: Piano
Eddie Gomez: Bass
Steve Gadd: Drums
Kazumi Watanabe: Guitar

Tracks:

CD 1
01. Tee Bag
02. Uncle Bob
03. Fawlty Tenors
04. Lover Man
05. FawltyTenors - (alternate take)
06. Song to Seth
07. Momento


CD2
01. Young and Fine
02. Not Ethiopia
03. Soul Eyes
04. Recordame
05. Not Ethiopia - (alternate take)
06. Sara's Touch

Apertem o play:

Part 01 (320kbps)

Part 02 (320kbps)

Enjoy!!!!!!!!!!!!!!!!!

7 comentários:

  1. Essa época do k-7 era muito boa. 1 discos servia pra 15, 20. Como só tínhamos dinheiro para um lp só, comprávamos "em sociedade".

    Tive um amigo que chegou a instalar um relógio da companhia elétrica exclusivo para a tomada do som. Verdade! Assim ele evitava aquelas interferências qdo a geladeira ligava, por exemplo.

    Só quem viveu essa época sabe do que tô falando. Mas ele era um maluco perfeccionista que devia ter umas 2 mil basf crome.


    Abração

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  2. Dead (e Celso),
    Que post lindo. E não estou falando da música (que parece ser ótima). Quanta verdade neste texto do amigo Lobo. Mais uma vez, parabéns e tiro meu chapéu. Que aula sobre o que é ser blogueiro, sobre o que é ser um amante da boa música. Fantástico. Quantos blogs vocês conhecem/frequentam, que falam assim diretamente?
    Parabéns e obrigado!
    -- zm

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  3. Celso se juntando ao time do ZM, dois sumidos,rs
    É cara, a vida era bem diferente e sei que éramos jovens mas creio fosse um mundo onde tínhamos mais e maiores esperanças qto ao futuro.
    Mas pelo menos temos recordações que nos sustentam e nos movem sempre em frente.
    Enjoy!!!!!!!!!!!

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  4. Karaka só tem velho por aqui... hahahaha... feliz ou infelizmente os tempos são outros, se naquela época tinhamos que nos desdobrar para conseguir um album recem lançado (ou uma BASF), hoje as coisas são tão faceis que chega a irritar...então ao invés de curtimos um álbum, temos logo a discografia completa (com Boots e tudo), ou seja, nunca vamos ouvir e saborear. Porém felizmente temos Blogs e amigos, como o lobo, que fazem um "filtro" dessa caralhada de informações.

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  5. Eu era o técnico da gravação. Era o encarregado de gravar as basfs. Ainda tenho cerca de 60 fitas que funcionam perfeitamente (só as de cromo e as de metal, as de oxido ferroso soltam a 'tinta' e sujam o cabeçote do tape).
    Geralmente quando o disco chegava já tinha uma agulha novinha só para fazer as cópias. E claro, quem parte e reparte sempre fica com a melhor parte :) A primeira gravação era a minha. Havia uma regra entre os audiófilos da época que a qualidade total do vinil so se dava na primeira execução com agulha nova. Só que não tinhamos equipamentos capazes de extrair essa tão falada qualidade superior da primeira execução. Mas seguiamos as regras :)
    Outra técnica era a de ir rodando a fita na mão a fim de passar a parte da fita que não gravava no início (esteril, que é diferente de stéreo) e colocava-se a fita já com a parte sensível na abertura por onde o cabeçote do tape lia e gravava a trilha, inicia a reprodução e a 1 ou 2 segundos para começar a música solta o pause e pronto. Não se perdia a introdução da música durante a gravação e não desperdiçava nenhuma parte do k7.
    Outro detalhe tbm é que uns gostava da gravaçao mais sauturada, outros menos. "Não pode dar pico" , recomendavam :)
    Bons tempos.
    Outro dia surpreendi meu filho do meio mergulhando nas caixas de LP's que ainda guardo, e separando algumas coisas para ouvir. Fiquei orgulhoso pq o danado escolheu muito bem. Ai ele achou tbm uma caixa de sapatos cheia de k7 e perguntou o que era aquilo. Achei graça. Garoto da geração digital não conhece k7:)
    Bela postagem Dead!
    Quando acaba seu blog é uma máquina do tempo que volta e meia nos remete a um passado feliz.
    Grato!

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  6. Belas histórias temos não?
    rs
    Nosso blog, Enjoy!!!!!!!!!

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  7. *levanta a mão*

    Eu tenho caixa de sapato cheia de fita k7 -- ainda. o_O

    Fala sério, Poucosiso, o que a gente faz com isso? rs Tem até gravação de programa de rádio que não existe mais... Com vinheta e tudo. Ô, saudade! Quando tinha rádio que prestava!

    Quem sabe, um dia, ainda digitalizo... Só não sei quando... E nem como... Mas já sei pra quem escrever... rs

    Bom, depois dessa, aproveito a passagem pra desejar um bom início de ano pros audiófilos aqui reunidos. A todos desejo saúde pro corpo e paz pro espírito.

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